Tiziu suburbano em: O transporte público

Para andar em transportes públicos são necessários anos de experiência. É mais que um dom, é uma arte. Quem consegue sobreviver a essa franquia do inferno está preparado para enfrentar qualquer tipo de situação em qualquer lugar. É onde se aprende a ter boa memória e observação, dissimular e ter malandragem. Características que, com a seleção natural das espécies, se tornaram primordiais para a sobrevivência do homo urbanus sifodizis ou suburbano.

Ao fazer uma viagem de longa duração em um ônibus, o que primeiro se deve fazer é observar os passageiros que estão sentados (sim, você vai pegar o ônibus em pé a não ser que seja vizinho do baú de Dave Jones e das botas do Judas, ou seja, no ponto final e longe pra c&%@#$). Dependendo de como estão dispostos é possível tentar prever quem será o primeiro a descer. Definitivamente, não pare ao lado de quem dorme como se não houvesse amanhã. Mesmo que não acerte quem vão ser os primeiros a deixar ônibus, tente gravar a cara deles para que no dia seguinte marcar a fileira onde estavam sentados.

Dissimulação, tão importante para manter as relações sociais, pode ser aprendida ou exercitada em transportes públicos. É digno de Oscar fingir que não vê aquelas velhinas no metrô da Zona Sul do Rio com a cara completamente esticada parecendo um cyborg, ou os caras que entram no vagão de óculos escuros ( O_O ) ou fazer de conta que não se incomoda com a gorda cheia de sacolas que senta ao seu lado (na boa, desculpe a sinceridade, mas ninguém gosta de obesos espaçosos no transporte coletivo).

Por fim, o ônibus é o único lugar que se pode usar o preconceito racial como benefício. Se você é negão, experimente sentar no banco mais próximo da janela na última fileira de bancos. Repare que dificilmente alguém vai se sentar ao seu lado. Alguns vão preferir ficar de pé. Com o espaço sobrando ao lado, dá pra viajar de modo bem mais confortável. Funciona melhor ainda se outro cara negro senta no banco do meio dessa última fileira. Ninguém vai querer sentar entre dois negros na última fila de um coletivo, principalmente se o ponto final dele for Jardim Catarina. (hehehe)

Tiziu suburbano contra o Caçador de Ossos

Ah… as datas festivas. Não ha nada que se compare a estas épocas. Reunião de família, suas tias que não param de falar, seu primo inconveniente… é muita felicidade e harmonia para poucos eventos em um ano.

Um personagem bastante característico desse período, principalmente do Natal, é o: ”CAÇADOR DE OSSOS” (imagine o Cid Moreira falando). Essa espécie passa todo o ano dentro de seu habitat, hibernando. Sai de seu recinto para visitar familiares apenas quando se aproximam a Páscoa ou o Natal, época de refeição farta no lar alheio .

É nesse período que essa raça ruim da peste resolve entrar em ação. Apesar de ter as condições necessárias para isso, eles não preparam sua própria comemoração, mas esperam o dia seguinte para se alimentarem da ceia alheia. Eles saem à caça do que eh chamado, popularmente, de enterro dos ossos. E, aí, se subdividem em dois grupos:

O primeiro grupo se caracteriza por ir à casa da vitima e fica por lá o dia inteiro a fim de destruir tudo o que de comestível encontrar pela frente. O segundo eh mais ardiloso, sutil e sem vergonha na cara mesmo. Fazem seu pratinho e engolem a refeição o mais rápido possível para dar tempo de repetir o seu ritual macabro em outros lares. Esse segundo grupo costuma deixar um longo rastro de destruição por casas de conhecidos ou mesmo pessoas que não conhecem, como, por exemplo, a de um amigo do primo da vizinha. Abastecendo o bucho antes que o dia de colheita termine.

Sete regras para a sobrevivência de um Otaku pobre

Esse post, eu dedico a todos os fãs de animes que são pobres que queriam, mas não tinham/tem como ser um daqueles fãs loucos cheios de coleções de tudo o que fosse da sua série preferida.

Regra nº 1: Nunca faça cosplay. Os materiais que vc vai comprar são vagabundos, vc vai ficar ridículo e vai ser considerado esquisito em um lugar onde só tem gente esquisita.

Regra nº 2: Se vc não tem computador em casa, faça amizade com o dono ou com o gerente da lan house, já que vc vai passar boa parte da sua vida lá. Jogando ou vendo episódios de anime. Aproveite a amizade para barganhar descontos.

Regra nº3: Se vc quiser namorar alguém compatível com seus gostos, não se prenda a estereótipos de beleza. 90% das pessoas que vão à eventos otakus não atendem a eles. (só tem gente estranha)

Regra nº 4: Tenha amigos com grana. Eles sempre vão ter os jogos mais recentes e vão te chamar pra jogar

Regra nº 5: Essa é para quem ainda tá no E. Fundamental: lanche no recreio, só daquele biscoito que tem promoção de tazo, figurinhas, cards e afins…

Regra nº 6: Sempre ande em grupo. Isso intimida os praticantes de bullying. Porque ser fã de anime e pobre ao mesmo tempo é pedir pra ser “bullynado”. Por isso, se vc já é os dois, ñ invente de ser tbm judeu, negro (o meu caso), gordo, gay ou… vascaíno. Sua vida vai virar um inferno.

Regra nº 7: Você não tem dinheiro. Então, para ganhar respeito, sempre que possível, apareça em eventos otakus com algum ser humano com quem vc mantenha algum tipo de relacionamento amoroso. O simples fato de vc ñ ir acompanhado, apenas, pelos seus amigos e ñ se comportar feito um mané, vai causar admiração entre seus iguais.

É amanhã!

Galera amanhã começa a exposição Glamazônia na PUC-Rio. Abrindo o evento, o EtnoAfro discute a presença do negro na mídia e na moda. A boa é dar uma passada por lá.

Outras Informações:

http://etnoafro.blogspot.com/p/programacao.html

Como diria Chico César: ”Deve ser legal…”

Pessoal, neste dia da Consciência Negra, eu quero comentar a divulgação de um dado do Censo 2010 sobre o total de pretos e pardos presentes no Brasil. Segundo a pesquisa, o número de pessoas que se declaram negras no país subiu de 6,2 para 7,6 por cento de 2000 para o ano passado. O que será que motivou esse aumento? A negada anda transando e procriando por aí feito louca durante esses dez anos? Eu acho que não. E o Laeser (Laboratório de Análises Econômicas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais) tbm não acredita nisso. O Laeser, instituto da UFRJ que organizou o levantamento, diz que os “dados demonstram não só uma mudança demográfica, mas também política, social e cultural, porque expressa uma nova forma de visibilidade da população negra brasileira ao estimular que as pessoas assumam sua cor de pele de uma maneira mais aberta.” A tradução disso é que as pessoas querem cada vez mais ser negras. Seja porque querem beliscar uma vaguinha na universidade ou, porque ser negão virou “cult”.

Eu lembro que na minha infância tinha um tipo de ser humano que renegava sua melanina (e se via que o indivíduo não escaparia da senzala no Brasil colônia) e inventava todo o tipo de sub cor (tipo moreno fechado, moreno jambo, marrom bombom… mais tarde apresento à v6 uma lista) e fazia de tudo pra ñ ser chamado de “negro”. Depois dessa política de cotas, um monte de gente foi na contra-mão do Michael Jackson e quis virar preta. Mesmo aquelas que de negro só tem a bolinha do olho e um parente dissssssstaaaaaaaaannnte. Essa ”habilidade” de poder mudar de cor qndo necessário, faz com que essas pessoas se tornem um tipo de ”super-sayajin tição” q pode virar preto a qualquer hora e ganha superpoderes. O de ferrar com a vida dos amigos nordestinos, lá de São Gonça, que tiveram as mesmas dificuldades q eu no ensino público, mas não teriam o mesmo direito por serem pardos.

Outro fator que não pode ser ignorado, é que, do mesmo jeito que aconteceu com os nerds, ser preto virou ”cult”. Essa onda do politicamente correto fez com que as pessoas quisessem se mostrar contra o preconceito e vão em busca de uma interação completamente forçada com a cultura afro. Isso causa situações contraditórias, engraçadas e/ou ridículas.

Por isso, quero saber de vocês: